sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Tome uma decisão, e então aja de acordo com ela




Todos nós reclamamos de alguém: do dentista, da babá, do contador. Nós descobrimos o jeito deles. Eles são superficiais, preguiçosos, descuidados, incompetentes ou desonestos, no entanto continuamos recorrendo a eles como cordeiros indo ao matadouro. Por que nos damos ao trabalho de chegar à conclusão correta, se não vamos agir de acordo com ela? Por que simplesmente não fazemos a coisa certa?

     Pode haver várias razões. Algumas vezes, hesitamos por causa de caridade equivocada ou por falta de confiança em nosso próprio julgamento. Temos ainda alguma dúvida sobre nossa impressão e sentimos que se formos um pouco mais fundo, encontraremos a informação que nos falta para explicar o comportamento da pessoa. Se você não estiver convencido de que sua evidência é consistente, é melhor voltar atrás e reunir mais informações. Mas lembre-se, não existe garantia de que você venha a entender completamente alguém, por mais informação que você consiga reunir. E em algum ponto você terá de tomar uma decisão, ou cairá na armadilha da "paralisia de análise".

    Algumas pessoas não conseguem agir simplesmente porque não conseguem suportar a dor emocional ou a incerteza de uma decisão difícil. Se você tem este problema, lembre-se de que manter o status quo também é uma decisão. Se um relacionamento não está funcionando, a decisão de não mudar é uma decisão de permanecer nele.

    Experimente um truquezinho, quando você estiver entalado numa situação e não for capaz de agir de acordo com a informação que reuniu. Faça de conta que tem diversas escolhas, uma das quais é exatamente deixar as coisas do modo que estão. Por exemplo, se estiver questionando se o seu relacionamento romântico atual é certo para você, pergunte-se: se eu fosse solteiro e encontrasse alguém exatamente igual a esta pessoa com quem estou envolvido atualmente, iria desejar um relacionamento com nova pessoa, ou preferiria continuar procurando? Avalie objetivamente toda a informação disponível. Se você descobrir que está evitando a perspectiva de entrar num novo relacionamento exatamente igual àquele em que está, então pode ser o momento certo para uma mudança.
    Há alguns anos experimentei este exercício, pois estava insatisfeita com a minha secretária. Eu me perguntei se a contrataria se precisasse de uma secretária e ela se candidatasse. E tive de responder um sonoro não. Por mais simples que pareça, precisei deste exercício para me ajudar a tomar a decisão correta.

    Algumas vezes, adiamos decisões porque nos enganamos, acreditando que a pessoa que nos desapontou irá mudar. Isso não acontece só entre namorados, casais e amigos. Por exemplo, os advogados deveriam saber disso, mas tenho visto muitos deles aceitarem um jurado que lhes é abertamente hostil porque acreditam que tal jurado pode mudar de opinião por causa de sua eloqüência. Mas raramente vi isso acontecer. Depois de observar milhares de pessoas tomando decisões, aprendi que é muito mais fácil mudar o modo como você pensa sobre uma pessoa do que mudar o modo como a pessoa pensa!
   


Texto extraído do livro Decifrar Pessoas - Jo-Ellan Dimitrius e Mark Mazzarella

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