terça-feira, 29 de outubro de 2013

Superstições... Você as tem? 



Ontem,  ao entardecer,quando eu estava lendo recostada ao sofá da sala, surgiu ao meu lado esquerdo uma pequena borboleta, batendo constantemente suas asas negras. 
Ao olhá-la com mais atenção comecei a sentir um certo calafrio. 
Não entendi de onde ela havia surgido, já que todas as portas e janelas do ambiente estavam fechadas. Provavelmente ela devia ter entrado por alguma pequena fresta de alguma porta, quem sabe.
Fiquei a contemplá-la por alguns momentos. De repente, ela parou de voar de um lado para o outro. No entanto suas asas continuavam fazendo pequenos e suaves movimentos.

Saí da sala e fui fazer outras atividades. Porém não me esqueci da forma como aquela pequena borboleta de asas negras me causou uma forte impressão.

Hoje, logo que acordei, fui apagar as luzes da varanda e percebi que ela ainda estava no mesmo lugar onde eu havia deixado. Porém não se mexia mais. Estava morta! 
Tive uma sensação de melancolia invadindo o meu ser.

Algumas horas mais tarde, uma das minhas irmãs, que mora em outra cidade, me telefonou para me avisar que Tia Socorro, irmã de meu pai, havia falecido naquela manhã... 
Automaticamente, associei a visita daquela borboleta à uma provável despedida de minha tia. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Para mim a felicidade mora em Casa.

Uma das maiores dádivas que a vida já me proporcionou foi o privilégio de ter  nascido e poder continuar vivendo numa casa. Foram vários os tipos, até hoje!

A casa de sítio, embora pequena, se tornava enorme, pois ao seu redor surgiam inúmeras árvores frutíferas, cujas sombras nos serviam de local preferido para as minhas brincadeiras de criança. Cada árvore se transformava, conforme minha imaginação, num palácio, numa igreja, numa escola, etc... Um pequeno rio que se agigantava diante dos meus pequenos olhos, nos dias de muita chuva, parecia não ter nem início nem fim. Adiante,  uma estrada que se escondia numa curva sinuosa que dava acesso aos demais sítios, de parentes, de amigos, e, consequentemente, a outras localidades;

A casa de fazenda do meu avô, cujas varandas durante o dia serviam de local para espalhar e secar os cereais trazidos das roças, quando à noite chegava acolhia vários personagens das redondezas, ansiosos por estórias de "Trancoso" e por leituras de cordel, que ditadas pelas vozes de minhas tias, serviam muitas vezes para embalar os meus sonhos, quando acabava adormecida no colo de minha mãe;

Já na adolescência,  eu morei numa casa próxima à praia. Tinha uma pequena varanda e uma grande calçada com várias cadeiras de balanços, onde alguns jovens de cleros e  idades diferentes costumavam, nos fins de semana, transformá-las em palco para inúmeras apresentações de tímidos e talentosos artistas da vizinhança,  cujos sons de violões e de vozes diferenciadas se fundiam num grande e alegre concerto de serenatas;

 Essas ricas imagens que nutriram minha alma de belas e doces recordações durante todos esses anos, me motivaram  a cultivar a preferência em morar numa casa, que atualmente fica próxima ao Lago, que apesar das inúmeras tarefas cotidianas que exigem para sua manutenção, a sensação de liberdade compensa todos os esforços desprendidos. Quase todas as manhãs sou contemplada com um sol maravilhoso que vem encher, com seus raios dourados, quase provocadores,  as folhas do gramado, das palmeiras e dos coqueiros de meu jardim. Os pássaros contudo, nem disfarçam tamanho contentamento... Fica até difícil, em algumas ocasiões, parecer triste diante desse imenso e gratuito espetáculo da natureza...