quarta-feira, 14 de março de 2012

Minha Casa - Meu Santuário

Citando Clarissa Pinkola em seu livro Mulheres Que Correm Com Os Lobos   


A psique e alma das mulheres também tem seus próprios ciclos e estações de atividade e de solidão, de correr e de ficar, de se envolver e de se manter distante, de procura e de descanso, de criar e de incubar, de participar do mundo e de voltar ao canto da alma...
Minha casa representa para mim o meu santuário e o meu refúgio.
É nela que consigo chegar até o meu centro. 
E nela sou capaz de permanecer por anos a fio, sem aquela  necessidade de querer percorrer outros lugares, de conhecer outras pessoas e de descobrir novas emoções... 
Me  sinto confortável assim. 

A solidão, para mim, tem um sentido positivo. 
É através dela que eu consigo ouvir minha voz,  organizar meus pensamentos  e idealizar algumas coisas que, devido aos compromissos profissionais, acabo as deixando para trás. 
Alguns amigos até estranham esta minha atitude. Mas os que realmente me conhecem sabem respeitar esse meu comportamento.
Já percorri longos caminhos, onde tive a felicidade de conhecer muitos estrangeiros, e, foi com eles que aprendi e ensinei várias línguas...
Já participei de muitos cleros...
No entanto, é na solidão do meu santuário, que chamo de minha casa, que me sinto em boa companhia.  

terça-feira, 13 de março de 2012

Por Brasíia todos passarão, mas apenas os privilegiados permanecerão...



Há 33 anos atrás, quando cheguei em Brasília, vindo de Fortaleza-CE, ouvi de um falante e sábio taxista esta afirmação.
Naquela ocasião eu tinha apenas 23 anos de idade, cheia de expectativas e de medo, pois era a primeira vez que me ausentava de casa sem a proteção da família, para me aventurar diante de um mundo inteiramente novo para mim.
Para começar até o clima era desanimador.
Uma daquelas tardes de janeiro chuvosa. Eixão sem tráfego de veículos, ladeado por prédios e mais prédios praticamente inabitados. Pelo menos não se via uma viva alma debaixo daqueles prédios uniformes e constantes...
O único barulho, além da chuva, era aquela conversa intermitente do taxista, que insistia em me dizer que minha vida iria mudar totalmente a partir daquele dia, pois como tantas outras pessoas que vinham para Brasília, eu também passaria a fazer parte do rol dos privilegiados, cuja missão era criar oportunidades para outros membros de minha família.
Achei aquilo totalmente descabível, conhecendo o ponto de vista dos meus em relação a qualquer mudança...
Mas como eu dizia no início, o falante e sábio taxista sabia exatamente do que estava se referindo.
Alguns anos se passaram e, realmente, eu consegui me tornar um instrumento de motivação para uma grande parte da minha família resolver vir morar em Brasília.
Como aludiu o taxista, todos passaram, mas apenas os privilegiados permaneceram até hoje.
Já atravessei muitos oceanos. Já conheci lugares maravilhosos e inesquecíveis. No entanto somente aqui me sinto em casa.
Quando retorno de outras cidades e pego o Eixão,  com destino à minha casa, é como se abrissem vários braços para me receberem.