A paisagem é testemunha da minha ansiedade, quando chega o final de tarde...
Até as folhas, que se movem em meu jardim, me reportam à sua chegada.
O vento calmamente anuncia a mudança do tempo!
A temperatura, pouco a pouco, vai caindo...
O sol inventa de brigar com as nuvens, usando uma mistura intermitente de cores!
Aproveito para esboçar uma nova tela.
Meus movimentos são nervosos e indefinidos, diante da variedade de cores que se apresentam...
A passarada, por sua vez, que não é pouca, nem silenciosa, tenta sabiamente, encontrar um melhor abrigo para a noite que se aproxima...
Os sons e os movimentos da rua, vão se diversificando e aumentando de intensidade...
O interfone toca, corro para atender, no entanto, o anunciado ainda não é você!
De repente, a chuva de todas as tardes chega pontualmente, embaçando, com seus pingos abundantes, os vidros da janela na frente da casa.
Ouço o som de uma buzina, porém seu carro ainda não surgiu em minha garagem...
Finalmente o entardecer se foi, me obrigando a acender as luzes do jardim e da casa.
Uma nova paisagem surge e com ela um momento de eterno silêncio...
Por um instante, escuto então o ritmo acelerado das batidas do meu coração, que me anuncia, finalmente, sua chegada!