domingo, 11 de janeiro de 2015

Desejo que Desejes

       Eu desejo que desejes ser feliz de um modo possível e rápido,
 desejo que desejes uma via expressa rumo a realizações que não sejam utópicas,  e sim viáveis,
 que desejes coisas simples como um suco gelado depois de correr ou
 um abraço ao chegar em casa,
desejo que desejes com discernimento e com alvos bem mirados.
      Mas desejo também que desejes com audácias,
que desejes uns sonhos descabidos e que ao sabê-los impossíveis não os leve em grande consideração,
mas os mantenha acesos, livres de frustração,
desejes com fantasia e atrevimento, estando alerta para as casualidades e os milagres, para o imponderável da vida, onde os desejos secretos são atendidos...
    Mas desejo também que desejes uma alegria incontida, que desejes mais amigos, e nem precisam ser melhores amigos, basta que sejam bons parceiros de esporte e mesas de bar, que desejes o bar tanto quanto a igreja, mas que o desejo pelo encontro seja sincero, que desejes escutar as histórias dos outros e acreditar nelas e desacreditar também - faz parte este ir e vir de certezas e incertezas -, que desejes não ter tantos desejos concretos, que o desejo maior seja a convivência pacífica com outros que desejam outras coisas...
    Desejo que desejes alguma mudança...
 
Desejo que desejes um ano inteiro de muitos meses bem fechados,
que nada fique por fazer, e desejo principalmente, que desejes desejar, que te permitas desejar,
pois o desejo é vigoroso e gratuito, o desejo é inocente, não reprima tuas vontades ocultas,
desejes vitórias, romances, diagnósticos favoráveis, aplausos, mais dinheiro e sentimentos vários, mas desejo antes de tudo que desejes simplesmente. 


Extraído do livro Felicidade Crônica, de Martha Medeiros - 8a. Edição.

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